O que eu fiz durante a faculdade de design para ser feliz na minha profissão?

Camila Husch
4 min readJun 3, 2018

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Existe luz no fim do túnel. Um dia você se forma, mas e aí o que vem depois?

Ingressei no curso de design em meados de 2012, repleta de expectativas, animada com o curso, cheia de vontade de aproveitar ao máximo. Minha sorte foi, desde o começo, ter escolhido o curso certo.

Seis anos depois percebo que, o fator decisivo para hoje estar com um emprego estável, trabalhando na minha área e com o que amo fazer, foi: sempre ser sincera comigo mesma. Em um momento onde somos bombardeados por estímulos, disciplinas que amamos contra aquelas que parecem ter sido encomendadas direto dos portões do inferno (mas que podem ser as favoritas de outro colega), saber o que eu gostava foi essencial.

Na minha opinião, designer que tem cabeça fechada não funciona muito bem. E, muitas vezes, por estarmos em um curso que envolve criatividade, já presumimos que somos “desconstruídos”, criativos natos e mente aberta. Mas será mesmo? Como você percebe seu curso e as oportunidades que sua universidade oferece? Como você se relaciona com seus colegas e professores que, muitas vezes, têm uma opinião bem divergente da sua?

Ao criar algo, você deposita um pouco de você naquilo. Suas vivências, experiências, referências e opiniões – não é à toa que briga de ego é bem comum entre designers, infelizmente. Sendo cabeça fechada, quantas oportunidades bacanas de aprendizado dentro do meio universitário você pode ter deixado passar?

Fique atento às oportunidades que a própria universidade oferece: semanas acadêmicas (não só a do seu curso!), empresa júnior, coletivos, DCE, dentre outros.

Essas experiências podem contribuir muito no futuro, de maneira direta ou indireta. Participei de empresa júnior durante três anos na universidade e hoje trabalho em uma empresa que até o CEO já participou do movimento. Participar de semanas acadêmicas me ajudou a aprender novas habilidades que não aprenderia durante o curso, como me especializar em alguns softwares, aprender técnicas de ilustração e saber mais como é o mercado nas mais diferentes áreas. Participar da Criativa, semana acadêmica da escola de negócios da PUC-PR me apresentou ao mundo das startups e a diversas palestras de grandes empreendedores.

Ter me envolvido com empresa júnior com certeza me deixou mais preparada para o mercado – comecei a entender as dores dos gestores, a como se portar em entrevistas e reuniões e como enfrentar problemas ao trabalhar em equipe.

Durante o curso de design, temos mais trabalhos do que provas para compor a nota durante o semestre. No caso da universidade que cursei, a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), a quantidade de matérias por semestre e o número de trabalhos eram bem pesados, o que sem dúvida é um ponto extremamente negativo. Porém, tente sempre cuidar e dar o seu melhor nos trabalhos, principalmente aqueles relacionados às matérias que você mais gosta (sendo teórico ou prático).

No quinto período do curso, tive uma disciplina optativa de design de embalagem: apesar de gostar muito do assunto, não pretendia e não trabalho na área hoje em dia, mas na época decidi focar mais minhas energias em apresentar um projeto bacana. Esse projeto acabou sendo divulgado em um site internacional de embalagem. Meu portfólio no Behance com seus 10 views pulou para 1,000 views em pouco menos de um mês. Como consequência, qualquer projeto que eu poste lá hoje terá muito mais visibilidade, ou seja, a recompensa veio muito além da nota na disciplina.

Não é porque você ainda não sabe se vai trabalhar com aquilo, que você não pode se dedicar naquele momento!

Por mais clichê que pareça, ser sincero consigo mesmo é essencial para que, no futuro, suas decisões sejam mais assertivas. Pode ser que você não goste de muitas coisas no curso, sempre haverá algo que chama sua atenção. E se nada naquela área te chamar a atenção, aí sim, sem culpa nenhuma, procure outro curso. As pessoas mais felizes que conheci são aquelas que trabalham com o que amam.

Hoje, trabalhando em um lugar onde posso contribuir com o meu conhecimento em design todos os dias, percebo que cada atitude diferente que fiz influenciou para o bem tudo que estou vivenciando agora. Ter participado de empresa júnior contribuiu para que eu entenda muito bem o ambiente de startups. Ter estagiado desde o terceiro período do curso em uma agência renomada de Curitiba me trouxe um aprendizado gigante. Ter feito trabalho voluntário no Egito por seis semanas mudou completamente meu modo de enxergar as coisas – e trouxe mais empatia para o meu dia-a-dia. Ter trabalhado numa das maiores agências de publicidade, mesmo que por um curto espaço de tempo, já me apresentou a pessoas incríveis com muito talento para compartilhar.

Lembre-se sempre que, no fim do dia, você é responsável pelas suas escolhas. Então opte pelas que realmente te fazem feliz.

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Camila Husch

designer at NZN @ huge necessity of sharing my thoughts with people.